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Semana de Lurdes e a Comunidade das Terras

 

Dentro das variadas manifestações culturais desta semana, surge em lugar de destaque a exposição de pintura do António Duarte Soares Pimentel, ilustre natural do lugar das Terras, que completou o 7º ano liceal na Horta e foi bancário durante 30 anos, em Sintra. Muito para além da apreciação artística do trabalho exposto, que não nos compete aqui tratar, queremos destacar o que o seu autor - homem modesto mas de enorme sensibilidade artística, cimentada depois da sua aposentação, vindo a desenvolver com grande paixão o gosto pela pintura, tendo contado com o apoio dos mestres Silvina Lynce e outros (conforme espelha o folheto) – refere sobre a mesma: “os locais que conheci desde sempre e constituem as minhas referências; os que fui conhecendo através do tempo; as pedras, simples que magoaram os meus dedos nus de criança e as que se agrupam e formam montanhas, rochas ou casas; o mar, sereno ou em movimento; o verde intenso da paisagem açoriana (…) constitui os temas preferidos dos quadros que vos apresento”.
Aquelas pedras que lhe magoaram os dedos nus - eram do lugar das Terras…

O salão e a Ermida das Terras

Mas também das Terras vêm o exemplo da solidariedade intrínseca duma comunidade, patenteada a todos nós no espaço de restauração “Cantinho das Terras” que, muito para além de ser um forte contributo financeiro para a exemplar obra comunitária que é a majestosa sede da Sociedade Recreativa Alegria no Campo, é o suporte imprescindível na área da restauração, desta Semana maior dos Lajenses. É impensável hoje manter o nível de qualidade e de atendimento aos milhares de romeiros de Lurdes, sem aquela estrutura de apoio, como se constatou desde a noite dos “Xutos e Pontapés” até ao fim da festa na noite do espectáculo pirotécnico.
Em despedida, o Pároco das Lajes, P. Rui Silva, (a quem desejamos as maiores felicidades na sua nova missão) deixou uma marca que merece ser continuada: a Procissão marítima em honra da Sra. de Lurdes.
Ao contrário do que muitos vaticinavam, e aí me incluo, por ser uma manhã de sábado, antecipando as regatas de botes baleeiros dessa tarde, foi uma manifestação de verdadeira religiosidade cristã, congregando centenas de devotos em dezenas de embarcações de todos os tipos, ultrapassando muito os outros eventos agendados e que tiveram melhor publicitação (a essa hora realizava-se o jogo de apresentação do C. D. Lajense).

Procissão Marítima com a imagem de Lurdes

Também por tudo isto é forçoso que se reflicta, aquando da organização das futuras “Festas de Lurdes”: Nunca o profano deve sobrepor-se ao religioso, mas sim, complementá-lo. É que, como ficou tristemente demonstrado é perfeitamente descabido agendar para a mesma hora duas actividades e, dou como exemplo um festival de folclore num palco a escassas dezenas de metros do templo onde, a essa hora, se realizava a Solene Missa de aniversário da Sagração da Matriz, qual vigília do grande domingo da Senhora de Lurdes… só para referir esta…

Exposição de António Pimentel

Fica o reparo que em nada ofusca a grandiosidade que a Festa de Lurdes e a Semana dos Baleeiros vem alcançando ao longo das últimas décadas, para gáudio de todos nós e dos milhares de veraneantes e emigrantes que aqui acorrem, ano após ano, num crescendo que faz esquecer qualquer crise.

 

 

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